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Mulher sentindo dor pélvica durante relação sexual, simbolizando dispareunia.

Dispareunia Feminina: Entenda a Dor na Relação Sexual e Busque Ajuda

A dor na relação sexual, conhecida como dispareunia feminina, é uma condição que afeta uma parcela significativa da população. Dados recentes indicam que cerca de 23% das brasileiras sentem dor durante a relação sexual. Este número, divulgado por uma entidade como a Febrasgo, ressalta a prevalência de um problema que, embora comum, é frequentemente negligenciado ou silenciado pelas mulheres. A discussão aberta sobre a dispareunia representa um avanço na abordagem da saúde sexual feminina, incentivando a busca por auxílio médico e desmistificando a ideia de que a dor é uma parte “normal” da intimidade.  

O Que é Dispareunia?

A dispareunia é definida como uma dor persistente ou recorrente associada à atividade sexual. Pode ser classificada como superficial, quando a dor ocorre na entrada da vagina, ou profunda, quando sentida mais internamente, no colo do útero ou na pelve. Além disso, pode ser primária (desde a primeira relação sexual) ou secundária (desenvolvida após um período sem dor). As causas da dispareunia são multifacetadas e podem envolver uma complexa interação de fatores físicos e psicológicos.

Causas Físicas da Dor

Entre as causas físicas, destacam-se infecções vaginais como candidíase ou vaginose bacteriana, que causam inflamação e irritação. Condições dermatológicas, como o líquen escleroso, podem afetar a pele da vulva, tornando-a frágil e dolorosa. A atrofia vaginal, comum na menopausa ou no pós-parto devido à diminuição dos níveis de estrogênio, leva à secura e afinamento dos tecidos. Doenças como endometriose, miomas uterinos e cistos ovarianos podem causar dor pélvica profunda, que se intensifica durante a relação sexual. A vulvodínia, uma dor crônica na vulva sem causa aparente, também é uma condição relevante.

O Papel dos Fatores Psicológicos

Os fatores psicológicos desempenham um papel crucial na dispareunia. Ansiedade, estresse, histórico de trauma sexual e problemas de relacionamento podem não apenas exacerbar a dor física, mas também ser sua causa primária. A tensão muscular involuntária do assoalho pélvico, muitas vezes associada ao estresse ou ao medo da dor, pode contribuir significativamente para o desconforto. Além disso, certos medicamentos, como anti-histamínicos ou alguns antidepressivos, e tratamentos médicos como quimioterapia ou radioterapia, podem induzir secura vaginal e dor. A abordagem de uma organização de saúde feminina ao destacar a prevalência da dispareunia indica uma visão abrangente da saúde da mulher, que vai além das funções reprodutivas e engloba o bem-estar sexual e a qualidade de vida. Esta perspectiva progressista reconhece a interconexão entre os aspectos físicos, psicológicos e sociais na saúde feminina.

Impacto na Qualidade de Vida e Diagnóstico

O impacto da dispareunia na qualidade de vida é profundo. A dor não tratada pode levar à evitação da intimidade, tensão nos relacionamentos, diminuição da autoestima e sofrimento emocional generalizado. O diagnóstico precoce é fundamental e requer uma avaliação médica abrangente, incluindo histórico detalhado, exame físico e, se necessário, exames complementares específicos.

Abordagens de Tratamento e Prevenção

As abordagens de tratamento são variadas e personalizadas. O tratamento das causas subjacentes pode incluir medicamentos para infecções, terapias hormonais para atrofia ou intervenções cirúrgicas para problemas estruturais. Terapias não-farmacológicas, como fisioterapia do assoalho pélvico, uso de lubrificantes e dilatadores vaginais, são frequentemente recomendadas. O apoio psicológico, por meio de aconselhamento, terapia sexual ou terapia cognitivo-comportamental, é essencial para abordar os componentes emocionais e psicológicos da dor. A comunicação aberta com parceiros e profissionais de saúde é incentivada para um manejo eficaz. A prevenção e o autocuidado envolvem check-ups regulares, atenção às mudanças corporais e a busca por ajuda médica ao primeiro sinal de desconforto.

Em suma, a dispareunia é uma condição tratável, e buscar ajuda profissional é o primeiro passo para o alívio. Nenhuma mulher deve sofrer em silêncio.

Causas, Tipos de Dor e Sintomas Associados:

  • Infecções (Candidíase, Vaginose): Dor superficial, queimação, coceira, com sintomas associados como corrimento, odor e vermelhidão.
  • Atrofia Vaginal (Menopausa, Pós-parto): Dor superficial, secura, irritação, com sintomas associados como ressecamento, coceira e sangramento leve.
  • Endometriose, Miomas, Cistos: Dor profunda, dor pélvica crônica, com sintomas associados como cólicas intensas, sangramento irregular e dor ao urinar/defecar.
  • Vulvodínia: Dor superficial, queimação, pontadas, com sintoma associado de hipersensibilidade ao toque e dor persistente.
  • Fatores Psicológicos (Ansiedade, Estresse): Dor variável, tensão muscular, com sintomas associados como medo, evitação sexual e dificuldade de excitação.

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